
Galileu em sua alcova
com a Lua em pleno arcano
ao deleite de uma dama
incendiou-se feito o Astro
Profano, mas virginal
deu de ombros para o cosmos
entorpecido em certo grau
que lhe governavam as vontades
de uma cabeça inconsequente
de Príapo a semelhança
fálica e sensual
Apaixonado pela cona
debruçou-se sobre a fenda
Com efeito, toda sua
oh nascedoira do orvalho
veluda, embora nua
muda em forma pura
com lábios que a protegem
por um talho separados
Se de frente irriga a vida
de soslaio a sacia
em lampejos do furo livre
desta carne libertina
tão onírica
qual riquíssima
que lhe abunda a poesia
Devassidão celestina, ópio nefelibata!
O acrobata se eleva quão faminto a devora
avante se esmera e a fundo nela ancora
o membro que pulsa rijo na gruta por onde chora
‘Onde?’ – invoca o bode
Ela sussurra – ‘em mim!’
sobre a cama em deleite na pele hirsuta, constelado
o sátiro, comovido, derrama o leite
em um útero anavalhado
Asceta? Amava a vulva de si acima
que o fazia ver estrelas ou arder feito cometa
qual modo iluminado
que inventou a tal luneta